Este documento é parte do nosso Acervo Histórico

Lowndes Report – A Revista do Condomínio Nº 137

1 de novembro de 2017
É fundamental destacar que as informações contidas em nosso arquivo histórico são uma expressão do contexto da época em que foram produzidas. Elas não necessariamente refletem as opiniões ou valores atuais da nossa empresa. À medida que progredimos e nos ajustamos às mudanças em nosso entorno, nossas visões e princípios também podem evoluir.
Imagem de Capa Lowndes Report - 137
Editorial

Mais um ano caminha para o fim. Ver o quanto realizamos, mesmo em meio às crises, nos dá conta de que somos mais fortes. Foi turbulento e deu trabalho demais sim, mas os frutos estão aí. Esta é a realidade, a que construímos dia a dia. Agora é hora de renovar as energias. Afinal, novas lutas virão. Aliás, elas não param para degustar a ceia ou explodir os fogos. Nós é que fazemos isto.

Quem sabe que a vida é o que fazemos de lá dá lição de sabedoria. Às vésperas de completar 94 anos, contribuindo por mais de 50 para a coletividade em seu condomínio, o síndico Deu Certo desta edição mostra o seu sorriso de menino como prova de que, com leveza, mesmo a vida de síndico pode ser boa e as gestões condominiais mais tranquilas.

E tranquilidade é o que os síndicos mais precisarão ter para realizarem de maneira prudente sua administração de pessoal, com a entrada em vigor da Reforma Trabalhista, a partir deste mês. Imersa em polêmicas, com promessas de contestações por inconstitucionalidade, suas novas regras demandam cautela. Será necessário aguardar as repercussões e o entendimento dos magistrados, é o que aconselha quem labuta na área do direito do trabalho.

Paciência, então. O exercício humano mais difícil é, por isto mesmo, o mais importante. E os problemas cotidianos, como os resultantes de conflito de vizinhança, ou de queima de bombas, estão aí para nos lembrar disto. Para encarar o verão sem os transtornos comuns ao período, especialistas falam dos riscos trazidos pela maior incidência de raios, para quem não tem o pára-raios em dia, ou pela falta de água, para aqueles que descuidam da manutenção regular das bombas.

Fazer do condomínio um lugar bem cuidado, com paz e segurança para se viver, mas também com mais alegria, é um papel que pode e deve ser levado a sério. Síndicos que dão o mesmo peso para a gestão de eventos socioculturais e a gestão financeira colhem o fruto doce da boa convivência. Saiba o que estão fazendo para transformar os seus edifícios em polos de diversão de qualidade.

Quem sabe faz a hora, não espera acontecer? Então, estamos combinados. Seguimos juntos com você!

Boas festas e um 2018 repleto de energias positivas para todos nós. Boa leitura!


Espaço Lowndes

A Proteção que Faltava

Desde março de 2016, com o novo Código de Processo Civil, o morador que deixa de pagar a cota condominial corre sérios riscos de ter o seu imôvel penhorado em menos tempo e com maior facilidade. E sequer pode alegar que o imôvel é o único bem da família, pois este benefício não é estendido aos imóveis penhorados em razão de débitos condominiais. Além disso, é certo que pagará multas e juros sobre a dívida.

Não bastassem esses temores, agora, com o crescente sentimento de insegurança em que as famílias se encontram diante das incertezas do momento político e econômico do país, e da realidade do aumento do desemprego, esse medo tornou-se ainda maior. Um quadro que tem sido cada vez mais associado a um aumento de problemas de saúde em razão do estresse, como a depressão e a síndrome do pânico, que, atualmente, estão entre os principais responsáveis por afastamentos prolongados do trabalho.

Pensando nisso, a Lowndes, que desde sempre dedica seus serviços e produtos à proteção do bem maior das famílias, que é o seu imôvel, criou, em parceria com a AGZ, o seguro Garantia Cota Condominial.

Com ele, em caso de demissão ou afastamento por doença incapacitante, ou mesmo por morte ou invalidez, o titular da unidade residencial tem o pagamento integral das cotas de condomínio e do IPTU por até seis meses, limitado ao valor de R$ 1.200,00 por mês, por um valor de R$ 8,78 mensal.

Com pouca ou nenhuma restrição, a não ser que a pessoa esteja empregada há, pelo menos, 12 meses e o imôvel seja exclusivamente residencial, o produto desenhado pela Lowndes ainda atende pessoas com idade superior a 65 anos, normalmente não cobertas. Um diferencial importante para estes tempos, em que a permanência de pessoas da terceira idade no mercado de trabalho é estendida.

É a Lowndes, mais uma vez, atendendo a uma demanda da sociedade, visando a proteção das famílias e garantindo a segurança de poder honrar compromissos fundamentais. Este seguro oferece uma efetiva solução para a tranquilidade do proprietário de imôvel.

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Vizinhos do Barulho

Vizinho Barulhento

Condomínios residenciais com lojas no térreo e suas lutas para minimizar conflitos, mesmo sem o apoio da convenção

No condomínio Terra e Mar, no Flamengo, são 11 lojas no térreo, independentes e livres de cobrança de cota condominial pela convenção, que também é omissa quanto à restrição do tipo de negócio que pode ser realizado ali. Barulho, ocupação irregular das calçadas, cheiro de churrasco e um som tão alto que trepidam as janelas do segundo andar. Já a partir das 17 horas, a calçada se enche de mesas e gente que deixam a obrigação de, na manhã seguinte, lavar tudo e cuidar das plantas das jardineiras, sempre danificadas. O condomínio foi obrigado a colocar câmeras, pois os moradores jogavam objetos da janela e até um saco de gelo já foi lançado. Se pegasse alguém poderia matar. Os gastos são mais altos, inclusive o seguro do prédio é mais caro por causa das lojas, e os aborrecimentos são enormes e em grande número.

E essa é uma situação que se repete em muitos edifícios da cidade com as mesmas características. Foram construídos com lojas no térreo e entregues com uma convenção que as isenta, deixando ao condomínio e, especialmente, ao síndico, as dores de cabeça por abusos diversos.

No caso do Terra e Mar, são lanchonete, hamburgueria, pizzaria, loja de material de construção e até oficina mecânica. E as tubulações de esgoto do prédio se encontram com a de algumas lojas antes de chegarem às da rua. As lojas aumentam exponencialmente o volume de descarte, o que obriga o condomínio a contratar os serviços de uma desentupidora com mais frequência do que a normal para um edifício residencial. As instalações contra incêndio e as de gás também são problemas.

“O prédio tem 60 anos e precisa de manutenção. O projeto da nova instalação de gás por parte dos apartamentos já foi aprovado em A.G.E. e está na CEG para aprovação da concessionária. Às lojas que utilizam gás, o condomínio encaminhou correspondência com AR solicitando ART/RRT do profissional, informando que as tubulações estão em condições de uso, mas até agora não houve resposta. Se houver uma explosão em qualquer uma delas afetará o prédio”, alega o síndico Nelson Pereira, que já contratou uma empresa para ter um laudo que resguarde o condomínio, em caso de necessidade. “Aqui em cima está tudo correto e lá embaixo esta situação sem controle”, completa.

Saída é recorrer ao direito de vizinhança

O integrante da Comissão do Direito Imobiliário da OAB, Antonio Ricardo Corrêa, diz que o condomínio é uma entidade única e que, estando as lojas dentro da estrutura da edificação, não se pode falar de independência absoluta. “É comum confundir independência com autonomia. As lojas podem ter as entradas independentes das do prédio, podem ter as tubulações e instalações independentes, mas não têm a autonomia para fazer o que quiserem. Alguma subordinação deve existir”, afirma.

Corrêa aconselha recorrer ao direito de vizinhança, mas pensando previamente no homem médio, sem preconceito de gênero ou credo, ou quaisquer outros. O incômodo deve ser sempre averiguado com uma base no coletivo para não expor o condomínio. “O Direito de Vizinhança diz que ninguém pode usar o seu bem causando prejuízo aos outros. Os lojistas terão sempre que usar sua unidade de acordo com a lei”, destaca.

O uso do recuo frontal por quaisquer atividades comerciais que causem transtornos para os moradores, como dificuldade de acesso devido à obstrução da passagem por mesas e cadeiras, ou outros, tem regra específica no Código de Posturas do Município.

“E, ainda assim, a loja tem direito de utilizar o espaço de uma área comum somente com prévia estipulação na convenção ou autorização da assembleia. As posturas municipais, nesse caso, não prevalecem sobre a convenção, que se baseia no Código Civil”, esclarece o advogado Antonio Ricardo Corrêa.

Foto do síndico Nelson Ferreira

No Condomínio Terra e Mar, as tubulações passam da garagem para as lojas e só depois alcançam a rua, uma preocupação a mais para o síndico Nelson Pereira.

Por fazer parte da edificação, cabe à loja pagar pelas despesas de reforma da fachada, do passeio e do telhado, pois essas partes são comuns a toda a edificação, bem como o seguro contra incêndio.

Mas não é fácil para quem é síndico. “As lojas atendem à prefeitura, as leis, mas quem toma conta?”, questiona José Carvalho, síndico do Condomínio Ribeiro Moreira, em Copacabana, ressaltando que é difícil para os moradores entenderem que ele não tem autonomia para gerir. “Não parece aceitável que não tenha gerência sobre a ação de um condômino. E os moradores não reclamam com os órgãos públicos, mais diretamente com o síndico”, completa.

Ele já brigou por quatro anos, sem tréguas, para manter alguma ordem e minimizar os transtornos para os moradores. O Ribeiro Moreira tem nada menos do que três boates no térreo, sendo duas delas já fechadas. “É preciso persistência. Se não temos uma convenção que nos ampare, temos que recorrer ao direito de vizinhança, às posturas municipais. O que não podemos é deixar o patrimônio ser desvalorizado e o direito ao sono dos moradores ser perdido”, destaca Carvalho.

Participação maior pode ajudar

Para o síndico, as pessoas precisam entender que todos devem participar. “Os prejuízos não são só para os moradores do prédio, mas para todo o entorno. A Prefeitura diz que tem que ligar para o 1746 para reclamar. Aí dizem que se ligarem não vai acontecer nada. Mas se tiver 20 reclamações ali terão, pelo menos, uma estatística do problema”, defende.

Ele faz a parte dele. Já até decorou parte do Decreto 29881, de 2008 (o Código de Posturas Municipais), fazendo dele o seu livro de cabeceira. E também pesquisa as jurisprudências sobre os assuntos. Carvalho destaca que há legislação específica para mesas na calçada, para barulho, horário de funcionamento, aconselhando que se questione caso a caso com o órgão responsável. “É preciso reclamar, cobrar, verificar se a regra está sendo cumprida. Quando reclamar, já coloque que está em desacordo com a lei X, o artigo tal etc.”,  detalha o síndico, que chegou a entregar pessoalmente uma petição ao então prefeito Eduardo Paes. Mas ele aconselha a procurar, também, a subprefeitura da região. “De um modo geral, eles têm interesse pela comunidade local”, completa.

No condomínio Conde Cândido Mendes, no Flamengo, o síndico Rodrigo Fernandes resolveu demonstrar para os lojistas a injusta relação entre estes e os demais condôminos. “O que pagam representa 12% da arrecadação, sendo que os custos da galeria pesam aproximadamente 30% das despesas, e é razoável que entendam os custos gerados para toda a coletividade”, conta. Lá funciona uma galeria com 14 lojas, inclusive salão de beleza, mais uma oficina mecânica. “Procuro dar conhecimento sobre a arrecadação e as despesas do condomínio porque são subsídios para um diálogo pautado em situações reais. O fato é que sem as lojas nossas despesas seriam menores, e qualquer coisa que aconteça ali é de responsabilidade do condomínio, o que aumenta também o peso sobre a gestão condominial”, diz.

Foto do síndico Rodrigo Fernandes

O síndico Rodrigo Fernandes recorre a diálogos e à conscientização para facilitar as relações com os 14 lojistas da galeria que ocupa o térreo do edifício.

Ele reclama não haver uma legislação a que os síndicos possam recorrer sobre diversos aspectos deste tipo de administração. “E não existe solução que atenda a todos igualmente, porque são usos distintos em um único espaço. Há o desejo, mas não os recursos, para fazermos a individualização de hidrômetros, por exemplo. O projeto do prédio não ajuda. Já tivemos que quebrar três lojas porque a tubulação de esgoto desce por lá. E uma das lojas teve que ficar três meses fechada. Toda a logística para fazer qualquer obra é complicada”, destaca.

O condomínio estuda há anos para modernizar instalações elétricas, mas tem loja que a parede inteira é passagem para fiação elétrica. O síndico considera o desenho dos quadros novos, que são armários e ocupam mais espaço, e pensa por onde passar os eletrodutos, visto que os caminhos alternativos, como o prisma de ventilação, já não suportam. “São 58 unidades passando por ali. Todas as alternativas estão sendo pensadas para resolver o problema sem maiores transtornos para as lojas, mas nem sempre é possível”, afirma, contando que toda oportunidade é utilizada para conscientizá-los sobre as dificuldades e não é incomum que os chamem para as assembleias cujos ténias digam respeito a eles. “Todos querem obras na portaria que melhorem também a galeria, mas são muitas as demandas e para cada uma um universo de dificuldades para os dois lados. O morador, por sua vez, também precisa entender que a galeria já estava ali quando comprou seu imóvel”, completa.

Opção difícil, mas definitiva: Alterar a convenção

“Havendo previsão expressa na convenção do condomínio de que todos os condôminos estão sujeitos ao pagamento das despesas comuns, não pode o proprietário de lojas térreas furtar-se ao pagamento das taxas com o argumento de que suas lojas possuem entrada independente e não usufruem os serviços condominiais”. O texto está no corpo de muitas decisões da Justiça sobre celeumas em casos semelhantes, onde também está escrito que, na omissão da convenção, a loja só deve participar do rateio se for beneficiada com os gastos do condomínio.

Diante desta equação, a solução só seria possível com mudanças na convenção que incluíssem rateio das despesas, uso do recuo, determinação de atividades possíveis nas lojas, participação nas obras de reforma, dentre outros que, sem meios para gerir, podem levar a conflitos e à desvalorização das unidades, sejam elas residenciais ou comerciais.

“Para isto é necessário contratar um advogado para elaborar um parecer jurídico e um texto que atualize a convenção. Um custo, sim, mas que precisa ser pesado caso a caso, pois, em alguns deles, pode sair mais barato e menos desgastante do que abrir um processo judicial, envolvendo peritos e custas judiciais, para resolvê-los”, conclui Antônio Ricardo Corrêa.


Tome Nota

Barulho Excessivo

Um botequim, do Recreio dos Bandeirantes, foi condenado pela 17ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro a realizar reformas em seu estabelecimento a fim de diminuir os ruídos produzidos no local. O autor da ação comprovou que o barulho supera em muito o limite de 85 decibéis estipulado pela Lei Estadual 126/77. Também foi relatado que o barulho intenso produzido pelo botequim, que fica em uma área residencial, atenta contra a saúde e o sossego público; ferindo, assim, o artigo 1.277 do Código Civil.

Vale destacar que, em casos de poluição sonora, é a Guarda Municipal a autoridade competente para fiscalizar a ocorrência, segundo a Lei de Combate à Poluição Sonora, n° 6.179/2017, que poderá render multa de R$ 5 mil para bares e restaurantes que insistirem em fazer “barulho excessivo” na cidade do Rio. Em caso de reincidência, o valor poderá ser sucessivamente dobrado. Já as pessoas físicas que infringirem as novas regras poderão ser notificadas e multadas em R$500, “independentemente da obrigação de cessar a transgressão”.

No caso do desrespeito ao sossego público ser constante, pode-se recorrer à Polícia, frente à caracterização da conduta vedada pelo artigo 42 da Lei das Contravenções Penais – Perturbar alguém, o trabalho ou o sossego alheios, que tem pena prevista de prisão simples, de quinze dias a três meses, ou multa.


Capa

Reforma Trabalhista

Saiba o que muda na gestão de pessoal no condomínio

Em 11 de novembro, começam a vigorar as novas regras aprovadas pela reforma das leis trabalhistas. Comemorada pelo empresariado por adequar a legislação às novas relações de trabalho, tem como um de seus objetivos reduzir o número de ações trabalhistas. Isto porque, entre as muitas novidades, está a de que o trabalhador, caso perca a ação, deverá pagar os honorários do advogado e ainda os honorários da perícia, se esta resultar desfavorável ao seu pedido, ainda que tenha se beneficiado da justiça gratuita.

Mas esta é apenas uma dentre as novidades que estão mexendo com a rotina de quem atua no direito do trabalho e também de quem emprega. Férias, jornada de trabalho, remuneração, demissão. Para quase todos os itens da relação de trabalho há alguma mudança.

Foto de Siney Barbalho
Sidney Barbalho Pinto Júnior, advogado especializado em Direito e Processo do Trabalho

No que diz respeito aos condomínios, será fundamental ser muito bem assessorado para atender às novas regras e, assim, evitar problemas. E, neste primeiro momento, saber que as novas regras já valem para os funcionários contratados. “Depois de 11 de novembro todos estarão enquadrados”, afirma Sidney Barbalho Pinto Junior, advogado especializado em Direito e Processo do Trabalho, Consultor Jurídico e Professor de Relações Trabalhistas e Sindicais da Associação Brasileira das Administradoras de Imóveis – ABADI, e Membro Efetivo da Comissão Especial de Direito Sindical da OAB/RJ. O advogado acrescenta que é importante estar atento ao que tem impacto imediato, como é o caso das férias já agendadas.

Readequação de férias já marcadas

Pela nova regra é vedado o início das férias no período de dois dias que antecedem feriado ou dia de repouso semanal remunerado. Ou seja, dia é um sábado e logo em seguida vem um feriado. Para cumprir a nova regra, o empregado deveria sair na quinta-feira anterior, logo, antes da entrada em vigor da lei.

“Essa alteração é a que exigirá muito cuidado dos gestores e responsáveis pelos departamentos de pessoal e de recursos humanos. Para os que já estavam com férias marcadas, a solução é adequar o período das férias”, completa.

Barbalho alerta ainda para o prazo de pagamento de verbas rescisórias: “Antes, elas deveriam ser pagas no dia útil subsequente. Agora, o prazo foi unificado. Em qualquer situação, com aviso prévio ou não, deverão ser pagas 10 dias após o término do contrato”, orienta.

Ainda sobre as férias, o novo regramento permite o seu fracionamento, com a divisão em três períodos, um de, 110 mínimo, 14 dias, e os demais com, pelo menos, cinco dias. Elas devem ser comunicadas com 30 dias de antecedência e pagas dois dias antes do início das férias. Portanto, nada de deixar para decidir o início das férias em cima da hora.

Jornada, intervalos e horas extras

Em questões comuns aos condomínios, como a escala 12 x 36 e horas extras, foram muitas as mudanças. O que antes exigia um acordo com o sindicato local para que o empregado trabalhasse em escala 12 x 36, com a nova lei, um acordo por escrito entre empregado e empregador já regulamentava a prática.

Já o tempo usado para colocação do uniforme, ou tomar café, estes não correm mais o risco de serem computados como horas trabalhadas. “Descanso, alimentação, higiene pessoal e troca de uniforme não são considerados dentro da jornada de trabalho”, orienta.

Para o intervalo intrajornada, se antes a jornada padrão de 8 horas impunha o direito a, no mínimo, uma hora, e a, no máximo, duas horas de intervalo para repouso ou alimentação, agora, este poderá ser negociado coletivamente, desde que tenha pelo menos 30 minutas. O pagamento do descanso devido deverá ser proporcional: se o empregado descansou somente meia hora, receberá apenas os 50% do tempo que não desfrutou do seu intervalo.

Contratos e demissão sem justa causa

Intermitente, parcial, trabalho remoto, autônomo. No quesito contratação, a reforma se esmerou e há um conjunto novo de possibilidades, com regras específicas para cada uma. “Só o tempo dirá quais destas novas modalidades se adequaram aos condomínios”, afirma Barbalho.

Para as demissões, estas poderão ser realizadas de comum acordo, com o pagamento de multa de 20% do saldo do FGTS e o empregado só poderá sacar 80% do FGTS depositado. O empregado também não receberá o seguro-desemprego e o condomínio deverá conceder um aviso prévio de, no mínimo, 15 dias.

Remuneração, prêmios e abono

A partir da nova lei trabalhista, prêmios e abonos não mais se incorporaram ao salário do empregado. Com o novo regramento, o princípio da habitualidade deixa de ser aplicado e os abonos podem cessar a qualquer momento e também não haverá encargos trabalhistas ou previdenciários para estes extras. Se o condomínio quiser conceder um abono de Natal, por exemplo, ainda que o faça em dois anos seguidos, isto não acarretará riscos.

Sobre a gratificação por função, que após 10 anos era incorporada, ainda que o empregado saísse do cargo, agora, se ele sair do cargo de chefia, independente do tempo, esta poderá ser suprimida.

“Em todos os casos, destaco a importância de se estar atento ao que a convenção coletiva diz e não abusar. Na nova legislação, a convenção coletiva e o acordo coletivo de trabalho prevalecem sobre a lei e será preciso ir com calma, pois ainda não sabemos qual será o posicionamento dos magistrados”, alerta Barbalho.

O especialista também chama a atenção para o termo de quitação anual, permitido pela reforma. “É facultado a empregados e empregadores, na vigência ou não do contrato de emprego, firmar o termo de quitação anual de obrigações trabalhistas perante o sindicato dos empregados da categoria. Mas oriento que, por garantia, sigam guardando seus comprovantes de pagamento”, completa.

Momento é de espera

O advogado que atende aos condomínios da Lowndes, Roberto Flamenbaum, adverte sobre a necessária cautela diante da turbulência dos primeiros momentos em vigor da nova Lei. Isto porque a avaliação majoritária daqueles que labutam no direito do trabalho é de que estas novas regras enfrentarão ainda muita divergência.

Mesmo no âmbito do Judiciário, ações de inconstitucionalidade estão previstas. ‘Serão precisos ainda uns cinco anos para se ter uma ideia mais clara do entendimento que os Juízes terão de cada uma destas novas regras. Serão os casos julgados que darão uma melhor visão do que prevalecerâ”, avalia.

“Fazer uma alteração contratual não é simples. Existe um Princípio do Direito do Trabalho no sentido da inalterabilidade do contrato lesivo ao empregado. E converter de um emprego convencional para o intermitente, por exemplo, não à questão: é ação lesiva para o empregado”, adverte Dr. Roberto Flamenbaum.

Ele lembra que, após 74 anos de consolidação da CLT, uma nova legislação, de repente, com diretrizes básicas tão diferentes, dão conta de que o que está por vir não será algo fácil. “Cautela é a palavra de ordem neste primeiro momento, pois em todas as Instâncias poderá haver divergências, inclusive, no que concerne ao âmbito do próprio Tribunal Superior do Trabalho, que é o órgão soberano em termos trabalhistas. Hoje, sequer é possível fazer uma previsão de como se posicionaram. O momento é de espera até para quem labuta na área”, conclui.

Foto Advogado Roberto Flamenbaum

“Serão precisos ainda uns cinco anos para se ter uma ideia mais clara do entendimento que os Juízes terão de cada uma destas novas regras. Os casos julgados darão uma melhor visão do que prevalecerá”.

Roberto Flamenbaum, advogado.


3 Coisas que Todo Síndico Deve Saber Sobre Instalações de Gás em Condomínio

1 – A reponsabilidade do síndico sobre o condomínio:

Em condomínios, é papel do síndico zelar pelas instalações de gás e realizar a manutenção preventiva periodicamente. “Qualquer problema causado por falta de manutenção ou instalação inadequada, se for comprovada a ação ou omissão voluntária, o síndico poderá ser responsabilizado civil ou criminalmente, já que ele é responsável pela conservação e guarda de áreas comuns”.

2 – Contrato de prestação de serviços:

Quando se trata de negócios, todo cuidado é pouco, já diz o velho ditado “Palavras o vento leva”. Um contrato de prestação de serviços é importantíssimo para proteger seus direitos e demonstrar que ambos querem fazer o trabalho da melhor forma possível e conhecem seus deveres e obrigações.

A ART (Anotação de Responsabilidade Técnica) é um contrato legal emitido junto ao CREA-RJ, que identifica a responsabilidade técnica pelos serviços prestados por profissionais ou empresas habilitados, proporcionando também segurança técnica e jurídica para o contratante, pois facilita a identificação e a penalização em caso de problema com a obra.

3 – Vistoria Predial:

O objetivo da vistoria é checar irregularidades no condomínio e no interior das unidades, para que não prejudiquem a segurança dos moradores e do condomínio. A vistoria é um serviço de valor acessível compensatório, pois evita acidentes, ajudando a salvar vidas. Muitos síndicos não querem arcar com um valor baixo de vistorias, inspeção e manutenção preventiva, e no final acaba ficando mais caro. Prevenir é melhor que remediar e, neste caso, “quando a casa do vizinho está pegando fogo a minha casa está em perigo”.

Wendel Gomes, presidente da Estação de Gás

Wendel Gomes, presidente da Estação de Gás


Destaque

Alegria, Alegria

Os bons frutos colhidos por aqueles que investem em eventos para melhorar a convivência entre os condôminos

Que divertir-se sem se preocupar com Lei Seca, criminosos ou trânsito? É nisto que pensam síndicos que estão investindo em eventos socioculturais no condomínio. Há opção para todos os gostos: de carnaval, com bloco próprio e tudo, a encontros gastronômicos, saraus, palestras e exposições. Afinal, no fundo, todos querem também diversão e arte.

Um bistrô disfarçado de cantina

Cantina no Condomínio

Café do Sol, a cantina chique do Condomínio Solar da Barra

No Condomínio Solar da Barra, a síndica Regina Laginestra não apenas atendeu a um anseio antigo dos moradores, para “ressuscitar” a cantina, como conseguiu transformar o local em um meio para aproximar as pessoas. É que depois de reformar o espaço, abriu licitação entre os condôminos e o escolhido foi um profissional experiente que criou um ambiente convidativo e cardápios variados.

O chef-condômino-locador perguntou aos vizinhos o que gostariam que tivesse no lugar e atendeu a todos: tem de prato do dia a noites com caldos e queijos e vinhos à luz de tochas e velas, além de lanches que não devem nada aos bistrôs. “O objetivo é oferecer sempre uma novidade”, diz Samuel Ossa, que é chileno, tem formação em hotelaria na Argentina e gerenciou restaurantes em Palermo, Buenos Aires, e no Rio. O chef, que faz questão de manter preços acessíveis, batizou o espaço de Cantina Café do Sol, dizendo que prefere manter o nome para seguir atraindo mais clientes: “Se adotasse o nome bistrô pensariam que é caro e não viriam”, brinca.

Quem não quer descer, tem, através do interfone, a possibilidade de receber sua refeição ou lanche em casa. O cardápio da semana é divulgado nos elevadores. E a locação reverte em um recurso a mais para o condomínio.

A área é cercada de verde, ladeada por parques infantis e de frente para a piscina e a academia do condomínio. “Nào poderia encontrar melhor ponto”, diz o chef, que já tem que administrar o aumento da demanda, pois os vizinhos começam a trazer parentes e amigos para o espaço.

O condomínio, que tem estrutura de segurança e profissionais preparados, controla o acesso pedindo que moradores avisem com antecedência sobre convidados. “É importante que todos tenham exatamente isto, que é o lazer sem qualquer estresse ou preocupação. Para tanto, têm que colaborar”, afirma Regina.


Todas as Festas do Mundo

Não há como escolher a melhor festa do Condomínio Mirante Copacabana. O carnaval tem baile pré-carnavalesco, infantil e desfile de bloco (o condomínio tem seu próprio bloco, o Fogo na Cueca); a Festa Junina tem touro mecânico, comidas típicas, grupo de músicos nordestinos e barraquinhas de brincadeiras; a de Halloween tem DJ e concurso com direito a prêmios para a melhor fantasia e maquiagem; a do Dia das Crianças tem aulão de capoeira, oficina de horta, brinquedos, mágicos, ventríloquo e lanche. Fecham a programação anual o Natal, com Papai Noel, presentes e fotos, e o Réveillon, com bateria de escola de samba e passistas, ceia, piscina aberta e a melhor vista para os fogos da praia.

O calendário de eventos não tem fim e ainda abriga dias de feijoada com roda de samba, noites de comida portuguesa, de queijos e vinhos e muito mais. “Cada vez mais as pessoas têm medo de sair, especialmente à noite. Então, procuramos promover eventos em que possam se divertir com toda a segurança e a comodidade de estarem em casa”, explica o síndico José Carlos Ferreira.

Festa em condomínios

Tudo é planejado e preparado com muita antecedência e o síndico tem estes eventos como um item da administração como outro qualquer, com dotação própria, planilhas e gestão de contratos. “A negociação é permanente. Assim conseguimos melhores preços de um ano para o outro, sempre com aqueles que nos atendem da melhor forma”, diz, acrescentando que é um ótimo investimento: “São ações que têm como resultado garantido a melhora da convivência, que aproximam, criam e fortalecem amizades. Temos aqui 288 apartamentos, algo que pode chegar a mil moradores, e a convivência é a mais pacífica possível”, conclui.

Cultura e Arte no Condomínio

Um projeto permanente, com exposições, palestras, saraus, shows e sessões de cinema com debates. Assim é o Cultura e Arte, no Condomínio Daniel Maclise, no Cosme Velho. O primeiro evento foi uma exposição de fotos de flores dos jardins do condomínio. Ela ocupou o hall de entrada, aproveitando a iluminação dos quadros já existentes ao longo do corredor, substituídos temporariamente pelas fotos grandes, de alta definição e impressas em papel fotográfico.

Projeto Cultura e Arte no Condomínio

Para todos os eventos, os artistas podem ser moradores, o que é uma prioridade, mas não uma exclusividade, e os cachês são pagos com verba própria para ações de integração. Todas as datas das finais de campeonatos, inclusive a Copa do Mundo/2018, e até de séries de TV, já estão reservadas pela administração na sala de vídeo para serem um momento de confraternização. É importante celebrar a vida, integrar e promover a boa convivência entre os condôminos. E se puder ser através da arte, melhor ainda”, comenta o síndico Luiz Afonso Filho.

A gente não quer só comida

Fazer as refeições sem precisar lavar a louça: “O Café do Sol é bom para jogar conversa fora e fazer as refeições sem precisar lavar a louça depois”, comenta Ranna Moretti Lopes.

Descobrir que a ex-síndica não é antipática: “O condomínio tem mais de cem unidades e a gente pode conhecer e se dar bem com todo mundo. Por exemplo, antes, achava que a Rosa era antipática”, diz Ranna, sentada diante da vizinha e ex-síndica Rosa Lopes. “O ambiente quebra o gelo”, riem as duas.

Cantina Café do Sol

Bom gosto, comodidade e boa frequência à distância de um elevador: “Fui um dos primeiros moradores e nunca tivemos nada igual. Na Barra, tudo é longe. E ter serviço de qualidade precisando usar apenas o elevador é uma maravilha”, comemora Ari Brito.


Tome Nota

Campanha de Alerta

Portaria Virtual

A Federação Nacional dos Trabalhadores em Edifícios e Condomínios (FENATEC), a Federação dos Trabalhadores em Edifícios e Condomínios do Estado de São Paulo (FECOESP), e alguns sindicatos do estado criaram uma campanha contra a portaria Virtual, extensiva a todo o país. Informativos impressos e vídeos estão sendo utilizados, inclusive nas redes sociais, para alertar sobre os riscos da portaria virtual. A campanha apresenta os problemas decorrentes da adoção do serviço, como a demissão de funcionários e o aumento no número de assaltos em condomínios. “O sistema de Portaria Virtual trata-se de um escritório à distância que diz fazer todo o trabalho de portaria. Promete economia ao demitir os porteiros. Porém, tem causado decepção em muitos locais que contrataram o serviço, que, apesar disto, não conseguem voltar à contratação tradicional, pois se encontram presos a contratos que os impedem”, alerta a campanha.

Encontro de Síndicos

A Associação Brasileira das Administradoras de Imóveis (ABADI) realizará, no dia 23 de novembro, os dois maiores eventos do setor imobiliário do Rio de Janeiro: ENIL – Encontro Nacional de Inquilinos e Locadores – e Encontro de Síndicos, que acontecerão das 9h às 18h, no Centro de Convenções da Bolsa de Valores, na Praça XV, no Centro.

No Encontro de Síndicos, os temas abordados serão “Contratações e Terceirizações”, “Polêmicas nas Assembleias de Condomínio” e “Impacto da Reforma Trabalhista nos Condomínios”.

E-Social

Será a partir de 1° de julho de 2018 a obrigatoriedade para que todos os empregadores do país usem o e-Social, a Escrituração Digital das Obrigações Fiscais, Previdenciárias e Trabalhistas. Após essa data não poderá mais ser operacionalizada a contratação, demissão ou controles de qualquer espécie sobre empregados fora do sistema.

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Saiba Mais

Que Bomba!

Para não se preocupar mais com as bombas do prédio

Verão chegando, é hora de prevenir a falta de água. Sabendo que as eletrobombas são fundamentais no abastecimento dos reservatórios de água do condomínio, é recomendável um piano de manutenção preventiva para os equipamentos hidráulicos e elétricos que compõem o sistema. E, acima de tudo, não contratar qualquer autônomo para fazer essas verificações, ou executá-las por conta própria. Peter Jaques, diretor de uma empresa que está há mais de 40 anos no mercado de manutenção hidráulica, dá dicas de medidas preventivas que evitam falhas e ainda aumentam o tempo de vida útil dos componentes hidráulicos e elétricos das bombas:

  1. Adote um monitoramento permanente do consumo de água (leituras diárias do hidrômetro geral de entrada) e do tempo de funcionamento dos conjuntos de eletrobombas. Além de repetições de abertura e fechamento de registros de gaveta, de esteira ou de pressão existentes; principalmente nas edificações próximas ao mar devido à alta salinidade, que acelera o processo de corrosão.
  2. Faça verificações:
    – do correto funcionamento das bombas centrífugas de água fria e revezamento periódico entre as eletrobombas, para reduzir o desgaste do conjunto.

    – da correta operação das válvulas de retenção, com maior atenção às que se encontram dentro dos reservatórios, em contato com a água.

    – da atuação das torneiras de boia (chaves de nível) em reservatórios, principalmente, em períodos de tempo quente. O aumento do consumo de água faz com que o equipamento trabalhe mais.
  3. Cheque se há vazamentos ou gotejamentos nas juntas (emendas) das tubulações evitando aumento no consumo e entrada de ar nos equipamentos. Confira ainda o estado das tubulações de aço galvanizado quanto à corrosão superficial e nas respectivas roscas, especialmente, nas juntas entre componentes de ferro ou aço e componentes de cobre ou bronze.
  4. Não esqueça de checar ainda o estado das tubulações quanto à função, integridade e corrosão. É aconselhável o uso de tubulação em ferro, aço inoxidável ou cobre próximo as eletrobombas, para que, em caso de aquecimento ou entrada de ar, o material não solte ou derreta.
  5. Mantenha a periodicidade da limpeza e desinfecção semestral dos reservatórios, cisterna ou caixa d’água, o que melhora a qualidade da água e reduz o risco de que algum detrito prejudique o conjunto hidráulico.

Quadro de Comando Blindado

  1. Observe o estado geral de fiação, integridade mecânica, pintura e corrosão da estrutura dos quadros de comando elétrico e, além disso, o estado dos condutores e cordoalhas de aterramento.
  2. Inspecione os componentes com partes móveis, como contatores, relés, chaves seccionadoras e disjuntores em relação ao estado dos contatos, sinais de aquecimento, limpeza, fixação, ajustes e calibrações.
  3. Mantenha chaves contactoras e disjuntores termomagnéticos lubrificados, principalmente, em regiões próximas ao mar.
  4. Verifique o grau de aquecimento no funcionamento dos equipamentos.
  5. Cheque os relés térmicos trabalhando em amperagem correta de acordo com os conjuntos eletrobombas para que, caso ultrapasse seu valor nominal, ele interrompa o circuito no qual está instalado, evitando curto-circuito.
  6. Instale um estabilizador específico entre a rede e a bomba para evitar problemas pela queda de energia.

Para-raios em condomínios


Ações Positivas

Plataforma para a Solidariedade

Escolha um link e clique. Quero ajudar ou quero ser ajudado? Unir estas duas pontas, algo que poderia ser mais difícil, é rápido e fácil através da plataforma E-Solidário, uma Rede Solidária criada por um analista de sistemas para promover o encontro entre Organizações Sociais e pessoas dispostas a ajudar com objetos, tempo ou dinheiro.

Registrada como uma associação sem fins lucrativos pelo seu desenvolvedor, Gustavo Dutra Martins, ele mesmo voluntário de ações sociais diversas, ela busca se valer das redes sociais para ampliar o alcance e dar transparência às ações das OSCs e, ao mesmo tempo, permitir que mais pessoas possam oferecer ajuda a partir de necessidades específicas de cada organização.

Criada em 2011, é difícil quantificar o número de beneficiados ao longo deste tempo, mas estima-se que mais de 16 mil pessoas tenham sido impactadas de alguma forma com a possibilidade que a plataforma abre de dar visibilidade para as instituições que buscam apoio.

Além das ações via redes sociais, a E-Solidário também realiza eventos que aproximam quem quer ajudar de quem precisa ser ajudado, através das Visitas Solidárias. Tudo começou com a parceria realizada com moradores e a Comissão de Transporte do Condomínio Parque das Rosas, na Barra da Tijuca. Sempre que se consegue um número de voluntários maior, um ônibus que faz o transporte de moradores é cedido para levar os voluntários do Condomínio até uma instituição para que tenham a oportunidade de vivenciar o voluntariado e conhecer de perto para onde vai sua doação.

A partir do sucesso desta parceria, o convite para as Visitas Solidárias foi parar nas redes sociais para quem mais quiser participar indo em seu próprio carro, como em uma caravana do bem. Uma experiência de arnor e de alegria, vendo nos olhos dos beneficiados o reflexo de sua ação solidária, que podem ser as crianças de uma creche ou os idosos de uma casa de acolhimento.

A Rede Solidária também vem ampliando o alcance de suas ações, a fim de fomentar a evolução das organizações. Firmou uma parceria com o Instituto Floriano Peçanha dos Santos (IFPS), entidade com experiência na promoção de ações socioeducativas e culturais para empoderamento de moradores de comunidades empobrecidas, e já está com um projeto-piloto , capacitando 14 OSCs. A Parceria Solidária promove serviços de apoio ao desenvolvimento de organizações inscritas na Rede E-Solidário, com capacitação de gestores e equipe, acompanhamento e avaliação na prestação de contas sobre avanços alcançados e suporte à realização de campanhas de arrecadação.

Para saber mais e participar

Todo o trabalho realizado no E-Solidário é voluntário e suas campanhas de arrecadação são dirigidas às organizações cadastradas na Rede. Qualquer um pode entrar no site e oferecer tempo, conhecimento, objetos ou dinheiro para quem precisa. Pode se engajar participando das Visitas Solidárias mensais de voluntários às OSCs e, acima de tudo, saber o que cada uma faz, a quem ajuda, e como precisa ser ajudada.

A plataforma é amigável e muito fácil de ser utilizada. Além disso, há ainda o blog, a página do Facebook e o Twitter, onde é possível encontrar mais informação, inclusive agenda e cobertura de eventos que reúne voluntários e Organizações.

A fim de angariar recursos para custos administrativos, a Rede oferece ainda serviços, como o de medição do aporte de doações e da repercussão deles para a área de responsabilidade social das empresas. E esta é mais uma forma de ajudar.

Desapegue

Todos têm em casa objetos usados, úteis e em bom estado, que não se quer mais, mas vão ficando pelos cantos Da mesma forma, os condomínios costumam ter problemas com objetos que os moradores não querem mais e acabam sendo deixados de lado, ocupando áreas comuns. Ambos podem encontrar a solução para seu problema na adoção. Através do E-Solidário, a Organização fica sabendo o que você tem e não quer mais e vai buscar, facilitando encontrar o destino para aquele objeto útil, mas que para você tornou -se um estorvo. Acesse www.e-solidario.com.br e doe!


Deu Certo

O segredo é aprender sempre

Condomínio Solar Marquês do Recife

Em dezembro, Romalino José Bartolomeu Vital completaria 94 anos. Comemorará também mais um ano de uma gestão bem sucedida no Condomínio Solar Marquês do Recife, em Copacabana. Cada cantinho do edifício, de 1964, inclusive sua saúde financeira, é um exemplo da qualidade de seu trabalho e de uma equipe afinada com seu estilo de gerir o condomínio e a vida: cuidados, aprendizados e diálogos são para serem praticados, todos os dias.

Mais que lucidez e independência física – “uma sorte”, ele diz -, são inspiradoras sua leveza e alegria de viver. Um motivo de satisfação? “Eu vivo satisfeito. Quando você assume alguma coisa, fica satisfeito se tudo corre bem. E com saûde a gente tira de letra. Depois, todas as situações são oportunidades de aprendizado. As surpresas vêm para nos levar a buscar novas soluções. E assim é a vida”, ensina o síndico.

E é assim também que ele transformar adversidades em melhorias, como aconteceu com a recente instalação de uma plataforma de acessibilidade, atendendo a uma obrigação legal, tardia até, mas que foi assim para encontrar a solução que melhor se adaptasse ao desenho arquitetônico original do edifîcio, senti a necessidade de maiores intervenções. Montada, no entanto, ela difere do material apresentado pelo fabricante. Ouviu dois engenheiros, inclusive um mecânico, o porteiro-chefe, cantou a empresa, e propor adequações que, apesar de obrigarem a fazer novas peças e engrenagens, não foram questionadas. “Um equipamento pronto não é o mesmo que o aplicado a uma realidade. Quem pode dizer sào os usuários. O produto é bom e o que aconteceu aqui foi um aprendizado a mais para eles. Uma oportunidade para melhorarem sua qualidade”, pondera.

Para o síndico, ter demorado mais que o previsto não foi um problema maior, já que a plataforma atenderá ao condomínio com mais eficiência, conforta e estética do jeito que tudo foi feito. “O restante fica por nossa conta. Estamos pensando em colocar uma parede verde e seguir as orientações de quem entende de decoração para fazer com que aquele elemento estranho se integre da melhor forma à nossa portaria”, acrescenta.

É a sabedoria de quem já viveu para aprender que o tempo tem a dimensão que se dá a ele. “Importa o que fica e não o que passa. Fui chefe de departamento de pessoal por muitos anos, juiz do trabalho por outros tantos, e a gente vai acumulando experiência e conhecimento, que, algumas vezes, não são suficientes, mas é ali que se pode aprender mais”, ensina.

Fechada do Condomínio Solar Marquês do Recife

Fachada do condomínio Solar do Marquês do Recife

Uma nova moradora fez uma reforma grande em sua unidade que deixou exposto o estado precário das tubulações. Acompanhando tudo de perto, Romolino de imediato determinou a troca das quatro colunas daquele trecho. “Era aproveitar que já estava aberto e fazer logo”, justifica. Acompanhar o cotidiano do prédio e atender com prontidão ao que se apresenta como oportunidade de melhoria fizeram com que ele conquistasse uma administração que flui sem sobressaltos.

A gratidão e a sorte de quem faz

O síndico se diz grato porque não enfrentou nenhum grande desafio, nenhuma grande dificuldade desde que assumiu. “Mas de\’o isto a meu antecessor, administrador excepcional. Ele fez tudo. Agora, é como reger uma orquestra. Tudo flui com hannonia”, minimiza, acrescentando que é grato também à equipe, especialmente ao porteiro-chefe: “Ele sabe tudo do prédio. É a mola mestra do condominio”. E não esquece os moradores: “Tenho a sorte de o Marquês do Recife ser um edifício com pessoas educadas, a maioria proprietários, com quem se pode resolver qualquer questão a partir do diálogo. Graças a Deus resolvemos tudo com tranquilidade”.

Foto do síndico Romolino José Bartolomeu
Romolino José Bartolomeu Vital, síndico

E, de lato, os condôminos do Marquês do Recife não têm do que reclamar. Há mais de 20 anos não sabem o que é uma cota extra. Em um edifício de mais de 50 anos, trocar uma tubulação aqui, outra ali, é um gasto que surge a qualquer hora, mas no condomínio ele é pago sem que a obra cause maiores transtornos além da poeira e do barulho obrigatórios. Os cuidados cotidianos fazem o fundo de reserva dar conta do recado quando o assunto é despesa extra. E não sofrer no bolso a valorização do patrimônio é algo que deve pesar.

Sobre o aumento das cotas condominiais sua opção é sempre a de questionar a necessidade. Desta forma, vem gerindo o condomínio sem sobressaltos para os condôminos. “Porque tem gente que pode, mas sempre tem também os que não podem. E se há dinheiro em caixa, a pergunta é “para quê?” ”, questiona.

Sindicância não é para inexperientes

Para o síndico, o importante mesmo em condomínio é ser diplomata. “Conversar sempre e lidar com as pessoas em bom termo”. Os empregados estão incluídos. “É um sossego, cada um sabe o que faz, todos têm muito tempo de trabalho no prédio, não há falta de confiança e, se um faz algo que foge um pouco do que deve ser feito, a gente conversa e tudo se résolve”. O mesmo diálogo e parceria ele tem com a administradora: “Séria e competente”. E com o seu gerente de atendimento: “Gosto muito dele, é uma pessoa boa”.

A quem pretende se lançar na grande aventura do cargo, o síndico aconselha, ainda, experiência: “Assumir ser síndico sem nunca ter sido é atitude duvidosa, porque administrar condomínio não é uma coisa simples”, adverte. E ele diz isto com base em sua própria história. Romolino foi subsíndico por quase todos os anos que viveu no condomînio “53 anos para ser exato”, e teve a oportunidade de ocupar o cargo muitas vezes, durante uma ou outra ausência do antecessor, que viajava muito a trabalho, passando 15 dias, um mês ou até mais tempo fora do país. “Assim, fui aprendendo com a necessidade, com o exemplo, vendo primeiro como se faz”, conta.

E é desta forma que ele segue sem concorrência para futuras eleições, como segue a vida, com a mesma vontade de viver muito mais. Um aprendizado vivo para quem tem a sorte de poder conviver com ele, uma figura humana tão especial. Que venham outros tantos anos, sempre com a mesma saúde e disposição, é o que desejam todos os 110 Marquês do Recife. E é o nosso desejo também, senhor Romolino. Parabéns pelos seus 94 anos de vida e pelos tantos deles dedicados ao edifício e à coletividade.


Porteiros

A melhor coisa da vida é trabalhar de porteiro

Carlos Alberto de Souza
Porteiro-chefe do Condomínio Solar Marquês do Recife

Nascido em 1965, em Queimadas, um município da Região Metropolitana de Campina Grande, no estado da Paraíba, Carlos Alberto de Souza foi alfabetizado aos sons rimados das palavras em versos de cordel. Vivendo e crescendo entre a dureza da vida pobre e a riqueza da poesia, veio tentar a sorte, ainda com 15 anos, no Rio de Janeiro. Trabalhou no pesado, mas sua prosa diferente o levou a outras experiências, de camareiro e mensageiro em um hotel, de encarregado de seção em uma metalúrgica, até a função escolhida no trajeto. Da oportunidade no hotel e do convívio com amigos, que há muito trabalhavam em edifícios, surgiu o sonho de ser porteiro.

Desejo conhecido de muitos, não tardou a surgir uma indicação e foi assim que foi parar no Condomínio Solar Marquês do Recife, em Copacabana, onde tem sido o porteiro-chefe por 22 anos, com tanto comprometimento que o faz ser elogiadíssimo pelos condôminos e pelo síndico: “É um ótimo porteiro”, todos dizem. “Sou curioso e a pessoa só tem dois jeitos de aprender: ou na escola, ou pela curiosidade. Graças a Deus, sei de tudo que é necessário para cumprir com as minhas obrigações “, afirma.

Para o síndico, Romolino José Bartolomeu Vital, a experiência de Carlos Alberto, seu conhecimento do edifício e o jeito de lidar com as pessoas foram as principais qualidades que o motivaram a assumir a gestão do condomínio: “Sem ele não faria. É um operacional que pensa e uma pessoa de extrema confiança”, diz.

A rotina do porteiro-chefe começa no início da tarde e se estende até depois das 22 horas. Neste meio tempo, segue um roteiro que ele foi definindo ao longo dos anos como imprescindível para o seu bom trabalho. “Começo checando o cisterna, vejo como estamos de água, confiro o funcionamento da bomba. Ela é acionada todos os dias, o que é essencial para o nosso controle, porque num condomínio não pode faltar água. E se isto acontece é por negligência do porteiro”, considera.

Foto do Porteiro Carlos Alberto de Souza

Carlos Alberto de Souza é porteiro-chefe do Condomínio Solar Marquês do Recife

E é com o mesmo rigor que segue cuidando de tudo mais. Atento aos detalhes, percorrendo o edifício ou atento às imagens das câmeras do CFTV, indo até os apartamentos para acompanhar e orientar prestadores de serviços em obras na unidade, ou outra coisa qualquer, sempre diligente e prestativo, mediando e amenizando ânimos, a fim de evitar conflitos. “Obras sempre trazem desgastes”, diz.

Ele se orgulha de ser um porteiro que entra em qualquer unidade, sempre que necessário, tendo um bom trânsito com todos, o que demonstra a confiança que depositam nele. “Gosto de seguir uma máxima que ouvi, certa vez, de um delegado, a de que ninguém nasce síndico,a pessoa é síndico. Já vi colegas que falam e tem bom relacionamento somente com cinco pessoas no prédio onde trabalham: o síndico, o subsíndico e os membros do Conselho. Isto não está certo”.

Na coordenação do trabalho dos demais empregados, gosta de investir numa comunicação fácil, como as que devem ter aqueles que trabalham muitos anos juntos. “Somos cinco, e cada um sabe a sua função, por isso eles só precisam de orientação se algo anormal acontece”, afirma. “Para quem quer trabalhar como porteiro, diria que a pessoa tem que ser ativa e dar o melhor de si, pois assim as coisas ficam mais fáceis. Ter diplomacia, jogo de cintura e boa educação também são essenciais, pois o respeito vem da educação”, completa.

Porteiro-Poeta

E quando termina o expediente, Carlos começa outro. O de poeta de cordel e o de leitor voraz. Ele tem um livro de poemas e poesias publicado (Poeta Sonhador, de 2012, pela editora Livre Expressão) e outros dois, já apreciados pela Academia Brasileira de Literatura de Cordel, da Paraíba, revisados e preparados para serem lançados em seu estado natal, nas próximas férias, em julho de 2018. “A poesia é o meio mais fácil de nos aproximarmos das pessoas que amamos e de dirigir uma crítica sem ofender ao nosso prôximo”, avalia.

Sua temática é o cotidiano das pessoas de seu lugar. Mas um gosto particular por política e sua curiosidade natural fazem com que escreva sobre tudo um pouco. “Leio muito e faço da internet o meu meio de informação. Não vejo TV ou acompanhar os noticiários porque aquilo é coisa que leva de nada a lugar nenhum. O que falam no primeiro jornal do dia, repetem à tarde e à noite. Se fazem um estardalhaço com alguma coisa é para chamar a atenção, não para resolver. Com a força que a mídia tem, não fazem mais que gerar medo e paralisia. Se um cabra quer saber mais, precisa buscar informação em outro lugar. E eu mergulho na internet”, conta, dizendo que deixa sempre um arquivo de texto aberto. Conforme vão surgindo as inspirações, vai escrevendo.

Carlos já fez também uma biografia com relatos de sua própria história, a partir de um diário escrito por 43 anos. “Parei para um respiro. É uma necessidade que surge quando a gente escreve muito, todo dia. Uma hora falta a inspiração, um caminho, um jeito de seguir. É preciso então parar e esperar”, detalha.

Sua escrita é caudalosa. São versos longos, por vezes divertidos, como em Corno Globalizado; e por vezes questionadores, como em Capacho Cidadão. Outras vezes, relata o cotidiano, sem perder o tom crítico, mas bem humorado, como em A Melhor Coisa do Mundo é Trabalhar de Porteiro I, II e III, nada menos do que 26 estrofes, com rimas perfeitas, juntando em cada uma delas o lado bom com o ruim da profissão, encerrando sempre com a frase título. Uma das estrofes exprime bem o que pensa sobre a profissão e aconselha para todos os que querem se dedicar a ela: “É o melhor trabalho do mundo, quando se escolhe fazê-lo. Mas, o tendo escolhido, cabe dedicar-se a ele de coração”, conclui.

Livro de Carlos Alberto de Souza, Poemas e Poesias

“Eu resolvi ser porteiro, Adorei a profissão.
Dou sempre o meu melhor, Não corro da obrigação.
Um bom porteiro é aquele Que tem a dedicação,
Tá sempre à disposição Quando surge um entrevero. A melhor coisa do mundo
É trabalhar de porteiro…”

Carlos Alberto de Souza

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Lowndes

Administradora Condomonial no Rio de Janeiro

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